quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Modelo, Peso, Medida e Comprimento - Uma razão adequada.

Tá vendo a corrente na foto? Sua medida é 11mm. Na ponta está a âncora do tipo CQR (arado) de 20kg. Para a atual região que navegamos, é um exagero, mesmo para o Refrega que pesa 7,5 toneladas. Este conjunto foi bem necessária quando o construtor do Refrega deu a volta ao Mundo. Cada metro da corrente pesa mais que 2 kg. Estão a venda no Brechô do Pedro, tem interesse?
O Brechó fica na Av. Roberto Silveira nº 275 - Vila Colonial - Paraty - RJ. Logo na entrada da cidade. Telefones (24) 3371-6575 e (24) 9253-9952 E-mail: garimponautico@hotmail.com e o site tá AQUI.
Graças ao nosso bolso,trocamos todo o sistema por um guincho Quick de 800w com 50 metros de corrente de 8mm. Mantivemos a mesma âncora, pois gosto deste modelo e acredito que seu peso seja adequado ao tamanho e peso do Refrega.
da WEB
Isso pra me livrar de um problema que me assombou nas férias de Janeiro/11. Esse guincho que veio no Refrega era antigo e manual da marca SEATIGER - SL 555. Claro que estava funcionando quando compramos o barco, mas começou a dar problemas e justamente próximo das férias ele parou de vez. Como as ancoragens em Paraty não costumam ser superiores a 4 ou 5 metros, puxar 15 metros na mão era muito cansativo, mas eu fazia isso uma ou duas vezes em cada final de semana. O peso da âncora e da corrente estavam dimensionados para ancoragens mais radicais e profundas. Para nossa região nem precisava me preocupar em jogar mais que 3 vezes a profundidade.
Nas férias, passei a jogar e recolher todo dia umas duas vezes. E o pior, as ancoragens na região de Angra e Ilha Grande não são inferiores a 8 ou 10 metros. Já viu né, puxar os 35 a 40 metros desta corrente pelo menos uma vez por dia me levou a exaustão no final das férias! Fora uma lesão na musculatura lombar. 
Ainda bem que eu tenho bons braços, e tava motivado pelas primeira experiência de passar tantos dias a bordo, por isso que as férias não acabaram antes!!! Nas férias de Julho/11 deu pra sentir o quanto um guincho elétrico faz diferença.

Bons Ventos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Consequências do pinga.

No final, protegido e branquinho
Uma vez trocada a Gaxeta pelo Selo Mecânico, o fluxo de água pra dentro do casco do Refrega diminuiu. Digo diminuiu pois ainda temos uma pequena fonte de água doce proveniente da chuva, que insiste em penetrar por algumas das 14 vigias. 
Todos sabem que o lubrificante das gaxetas (cordões de vedação) é mesmo a própria água a ser vedada. No caso do eixo do barco, a água que pinga para o lado de dentro é salgada. Nem preciso dizer o quanto isso fazia mal no caso do nosso barquinho que é de aço que, sem uma proteção adequada, tem uma certa incompatibilidade com água salgada, principalmente.

Como, via de regra, o lado de dentro do barco é sempre mais seco que o de fora, optamos por fazer os reparos com produtos mais do dia a dia, diferentemente dos que utilizamos na reforma do fundo e costado. 

Após lixarmos e removermos toda a ferrugem solta, aplicamos duas demãos do P.C.F. Este produto funciona como uma conversor de ferrugem num composto endurecido. A reação com a ferrugem transforma o marrom, característico da ferrugem, em uma camada escura que pode receber tinta diretamente sem precisar de fundo.  O fabricante diz que não precisa lixar pra chegar na chapa limpa, basta remover as partes de ferrugem e tintas soltas. Preferimos utilizar uma boa lixa e escovas próprias para a furadeira que dá uma boa removida na ferrugem. O medo era lixar muito e furar o casco!!!! .... brincadeirinha.
A tinta escolhida também não é marítima. Encontramos a HAMMERITE, uma tinta acrílica da Coral que diz ser anti-ferrugem. Como a Coral está relacionada com a AKZO, e a AKZO está relacionada com as tintas INTERNATIONAL .... pronto ... é marítima! Acreditamos que estamos falando de um produto de qualidade que valia a pena utilizar. Inclusive, o fabricante disse que pode ser pintado também diretamente sobre a ferrugem (limpa).



Pra falar a verdade, estamos pensando em pintar todo o convés com essa tinta.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Selo Mecânico - Chega de pinga!

Agora espero encontrar só poeira no casco!!
Aproveitamos o Refrega fora da água e instalamos um selo mecânico no lugar do atual sistema de gaxeta.
Como o Refrega é de aço, ter aquele pinga-pinga de água salgada dentro do barco, necessário para a lubrificação das gaxetas, não nos parecia uma boa coisa. Tudo bem que para eliminar esta água, temos um coletor e uma bomba dentro de um compartimento estanque que é ativada automaticamente quando atingia um certo nível.
Vinha pesquisando sobre a utilização de selo ou gaxeta. Existem vantagens e desvantagens em ambos sistemas:
Gaxeta - Baixo custo de Instalação. Manutenção barata e fácil,  porém constantes trocas e ajustes das gaxetas.
Selo Mecânico - Custo mais elevado. Baixa manutenção. Risco de rompimento de mangueiras que provocará grande entrada de água com relativa dificuldade de contenção.

Veja, por exemplo, uma discussão num fórum da Revista Náutica.

A tarefa foi relativamente simples, pois ambos apresentam o mesmo tipo de suporte no túnel (cano por onde passa o eixo de dentro pra fora do casco). O difícil e "descabelante" mesmo foi alinhar o eixo com o motor!

......mas isso é um outro post.

Um abraço e bons ventos!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Serviço Obrigatório (parte 1)

Paraty, Angra dos Reis e região são conhecidas como águas quase vivas. Peixes? Não, são os microorganismos que são uma farta fonte de alimento pra cracas e algas, e isso faz com que o casco dos barcos se tornem ótimos lugares para se prenderem. Pra quem não sabe, todos os barcos que ficam guardados na água (poita ou pier) tem que ter pintura venenosa pra proteger o casco destes....... seres (ia chamar de praga!). Mesmo assim é necessário pelo menos uma vez por mês, o ideal é de 15 em 15 dias,  você ou um mergulhador contratado mergulhem para limpar o casco com uma esponja. Caso contrário, mesmo com a venenosa as cracas e algas irão grudar, pesar e atrapalhar a hidrodinâmica do barco e também podem estragar o casco, seja de aço, madeira ou fibra. Entre um e dois anos, as vezes mais dependendo da tinta utilizada, da frequência com que navegue e das limpezas que faz, é necessário trocar a tinta venenosa. Foi o que fizemos agora no Refrega, além de pintar o costado e substituir a gaxeta pelo selo mecânico.


Uma avaliação fora da água.                      Tiramos tudo com solvente e lixa.                    O casco tá bom. 20 anos!

A primeira coisa é avaliar como está o estado geral das tintas velhas e os anôdos que estão no casco (fundo) do barco. Pensávamos que poderíamos raspar só a venenosa velha e colocar uma nova. Mas como dissemos, haviam várias partes sem tinta ou primer (camada de tinta que serve de suporte para a venenosa), onde o casco de aço estava exposto. Ai o orçamento inicial mudou e o prazo pra voltar pra água também. Para remover tudo usa-se um solvente X. Tem de ser aplicado várias vezes, pois geralmente ele remove poucas camadas por vez. Foram 5 dias só pra remover tudo !!!! Lembrando que só é possível utilizar este produto por que a Marina Imperial é asfaltada e tem coleta seletiva de materiais tóxicos.

Logo após a lixa, vem o Intershild                      o Prime branco Intergard                               e, claro, a Venenosa Intermarine.  

Feito isso, é necessário lixar para remover restos de tintas e, no caso do Refrega, vestígios de ferrugem. Utiliza-se também produtos de limpeza e desengraxante  ( um tal de GTA 220 P/ epox) para que o metal fique completamente limpo para a aplicação de duas demãos com Intershield 300 alumínio. Este produto funciona como galvanização a frio que protege o aço da abrasão. Segundo informações que temos, o Refrega foi construído com aço galvanizado, por isso tínhamos de usar este produto. Pronto? Não, o próximo passo foi aplicar o Intergard EPA 632, uma tinta prime para enchimento e que serve como base para aplicação, finalmente, da venenosa. São quatro, caríssimas, demãos da Intermarine que é um pouco mais resistente, já que optamos pelo mergulhador limpar de 15 em 15 dias.

Finalmente a cor volta.                                   Instalamos o filtro do captador.                   Reeinstalação dos Anôdos.
Apintura do costado foi mais simples.Mais ou menos. O Refrega foi construído de forma artesanal. Pois é, diz a lenda que foi em baixo de um coqueiro na Bahia. Não se preocuparam com a estética ou não sabiam fazer a faze de soldagem das chapas do costadoou. Tanto que alguns pontos do costado é "amarrotado", sendo possível identificar até o local das cavernas que ficam por dentro do casco. Mas isso seria facilmente remediado com aplicação de massa nas imperfeições, como em muitos barcos de aço. Nesta vez optamos, motivados pela grana curta claro, por remover algumas bolhas e repintar para tirar as manchas e as cores diferentes dos retoques que fizemos durante o ano que passou.

A colagem foi sem acidentes!


O toque final, que deu uma valorizada no visual, foi o adesivo com o logo que bolamos pro Refrega. Feito pelos amigos da Sign Vision, é em vinil da 3M de alta performance para suportar as intempéries. 

Nós gostamos de verdade !!!


BONS VENTOS !

Ufa!.... agora só falta o convés, as vigias, as velas .... rsrs!


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Catraca, óleo, silêncio e calor! Tudo com dupla mão de obra.

Qualquer trabalho feito no seu próprio veleiro, tem sempre duas vantagens. A primeira é poder desenvolver outras habilidades, fora do seu padrão de atividade do dia a dia. Isso, para nós, dá uma "desestressada" e uma sensação de conquista. Ainda, quem sabe com a prática, uma chace de no futuro poder virar uma fonte de renda. Antes de se meter a colocar a mão na massa, é bom antes pesquisar com amigos ou na Net como se faz as coisas. Sempre tem algúem ou algum lugar pra consultar e pegar as dicas e os melhores resultados. Depois é aceitar uma pequena dose de que "podia ficar melhor" se fosse feito por um profissional. Se isso é muito importante pra você, então é melhor contratar logo alguém e perder a segunda vantagem que é: economizar uma grana.
Pelas fotos da pra perceber que, no  nosso caso, as atividades são geralmente a quatro mãos. Ou então, só Ela faz !!!! ... brincadeirinha.
Desta vez trocamos todos os forros da caixa do motor. Estes forros visam reter o carlor, para que não esquente muito o ambiente interno do barco e também tem a função de abafar o ruido. No caso do Refrega, o que mais incomodava era o ruido. Melhorou uns 40%, mas pensei que fosse mais eficiente. colocamos uma placa de espuma de 25 mm que tem uma camada de alumínio e uma fina camada de borracha no meio. Dizem que para melhorar o ruído significativamente teria de ser a que tem uma camada de chumbo. Eu vi dessa, mas o preço era bem maior.
Outra coisa foi trocar o óleo do motor. Esta atividade é uma das mais arriscadas de se fazer, pois como o motor fica dentro do barco e o espaço é muito reduzido, o risco de você derramar o óleo queimado no casco e no piso é gigante. O ideal é fazer com calma, ir tirando devagarinho numa vasilha rasa e depois ir derramando num recipiente maior com funil. São 6 litros de óleo, daí não adiante ter pressa.

Após um ano de procura, encontramos quem fizesse as peças.
O Refrega foi construído em 1992. Muita coisa nele ainda é original. Uma delas são as catracas e, neste caso, não tinha como estarem ainda em perfeito estado. Não sei como, mas uma delas tinha as polias que tracionam os cabos " se desmanchando" em pó. Acredito que com a ação do Sol e sal.. Como ela é antiga, claro que não encontrava mais o modelo para reposição. O pessoal da Lewmar nem me dou bola. Nesse meio, as vezes tem profissionais e empresas que só se interessam em vender coisa nova. Foi uma luta, mas por sorte, e claro que com muita troca e busca de informações, encontrei uma empresa que fez uma réplica em nylon usinado. Um trabalho e tanto de muita qualidade e num preço "razoável". Mas pelo menos não tive de trocar toda a catraca por causa disso.

Grande abraço e Bons Ventos

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ajuste na gaxeta

Minha experiência na manutenção de gaxeta “me parece” vasta. Afinal, já li algumas dicas no fórum da Revista Náutica e já “fucei” nisso tantas vezes!... Na verdade foram só três vezes....e não tá bom??
Claro que não, pois ainda por cima na primeira vez o Zé, do Veleiro Caruana (praticamente um especialista), foi me dando as dicas, do tipo: ai tá bom! 
Sábado eu ia trocar a gaxeta, mas percebi que a peça que segura e empurra a gaxeta ( o "barbante" que serve de vedação) no lugar ainda podia ser ajustada. Foi o que eu resolvi fazer.

Depois de algumas voltas nas porcas e contra porcas, que ficam em cada lado do suporte, bateram aquelas dúvidas básicas:
 - Qual o risco de apertar mais um lado do que o outro?
São dois para fusos que seguram a gaxeta. Não sei ao certo, mas lembro de alguém dizer que esta peça fica muito justa no eixo da hélice. Tanto que, quando trocar a gaxeta tem sempre de por um pouco de graxa no eixo. Na hora de apertar, faça um pouco de cada lado. Igual quando troca o pneu furado do carro que tem de ir apertando os parafusos da roda alternadamente (... alguém ai ainda faz isso?!?!)

Tem até um modo certo de cortar a gaxeta.
- E como saber o quanto apertar?
Isso é o que me deu realmente preocupação. Dizem que tem de pingar, pois a água também  ajuda a lubrificar. Depois que ajustei, liguei o motor e engatei o reversor pra frente e pra traz, seguidas vezes. Percebi uma certa umidade entrando pelo eixo, mas não chegou a pingar. Pronto! Agora não entra mais água no barco. Vai ser bom assim lá nas Canárias!. Será?
Que nada, o risco de você deixar muito apertado, e com pouca água, é não lubrificar e gastar o eixo. Principalmente se a gaxeta for de grafite (ou teflon ?!?!)

Pra fechar: é seguro que pingue água a cada 30 segundos (pois é, todos falam com essa precisão!). Mantenha uma bomba de porão ligada no automático, para drenar o excesso de água. Utilize gaxeta “encebada” que ajuda na lubrificação com o eixo e que pode proporcionar uma melhor vedação sem desgastar o eixo da hélice.

Estamos aprendendo....