quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Serviço Obrigatório (Parte 2)

Para tratarmos de tudo que julgávamos importante para colocar o Refrega em dia, pra nosso uso e também para a venda, foi necessário tirarmos umas férias em Janeiro de 2014. E de novo nos deparamos com o maior dos problemas de se reformar nesta época do ano: O Calor. Errou quem pensou só nos prestadores de serviço. No pátio da Marina Imperial, teve dias que deve ter chegado fácil os 40 graus. Mas vamos ao que interessa.
Nossa lista de serviços, com o barco fora da água, consistiu em trocar algumas chapas do casco, refazer a tampa da caixa de ancora, pintura de fundo e restauração e lixamento do convés. Também iriamos fazer manutenções no motorzinho, tais como, troca de óleo, troca da junta do cabeçote, atualizações na parte elétrica e limpeza do sistema de refrigeração (colmeia do trocador de calor). Como imagens valem mil palavras, tiramos várias fotos do que fizemos.
Vamos a elas:

Apesar do calor de janeiro, é neste período que contamos com um belo desconto das diárias e no serviço de "linkada" (colocar e tirar o barco da água) oferecidos pela Marina Imperial. Com o barco no seco, é o momento de refazer qualquer falha na pintura ou pontos de ferrugens o quanto antes para evitar que se tornem problemas maiores.




Por falar em problemas maiores, foi o que descobrimos em Janeiro de 2013. Quando fomos trocar a geladeira antiga por uma Elber 60l novinha, descobrimos que atrás dela havia umas ferrugens com cara de bem antigas. Como estávamos com tudo programado para as férias, demos um tapa e fomos passear. Mas agora tínhamos de tomar uma providência relativamente radical (e custosa). O melhor foi trocar logo o que precisava do casco. Esta é uma das vantagens de ter um barco "rústico". Trocamos também algumas partes pequenas embaixo do banheiro. Fim de papo.


Outra parte comprometida era na caixa de âncora. Tinha bastante ferrugem nas bordas e na solda com o convés. Foi-se também.




Sabe que não pagamos pouco. Mas taí : O Sr. Pernambuco e seu filho Simão trabalharam por 7 dias (inclusive num final de semana) das 8h da manhã até às 17h! Essa atitude era pra ser normal, porém geralmente não é o que acontece. Sem nenhuma falta e muito atento ao trabalho e nos atendendo inclusive em muitos "Jacks" que sempre apareciam. Ah, o que é Jack? É aquela história de quando vc ta arrumando uma coisa aqui,  dai "ja que tá mexendo ai, aproveita e arruma aquilo ali". Boas pessoas.



Adiantamos ao máximo tudo o que tínhamos de arrumar e lixar no convés pra não sujar os barcos de nossos vizinhos quando voltassemos pra Marina. Fora a bronca que íamos tomar do Luis. Esta parte foi a mais pesada pra nós. Sol e calor e eu e a Gláucia na lixadeira pra que quando voltássemos pra nossa Marina não tivéssemos mais de mexer com o pesado. Ficaria só a pintura, mecânica, alterações em equipamentos elétrico e outras "cossitas mas"!


Prontinho. Agora era por na água e voltar pra Marina. 




De volta a Marina, vamos aos trampos internos. Saímos do Sol, mas nem com os 3 ventiladores foi um serviço confortável. As 3 fotos acima retratam os porões. Ai é preciso sempre ficar de olho para eliminar os pequenos acúmulos das eventuais águas, doce e salgada, que podem entrar no barco.



Agora vem a parte mecânica. Como eu disse lá no começo, fizemos a troca da junta do cabeçote e limpeza do trocador de calor. Isto, associado com a troca dos rententores de válvulas (vide post de nov/2011), deixa o motor mais sequinho e justo. 
Pra isso, tira-se primeiro a tampa de válvulas.


 Em seguida sai o cabeçote. A razão principal de fazermos isso foi que percebemos excesso de fumaça no motor e um pouco de óleo no radiador. Nosso motor nunca aqueceu, não passa de 70 graus. Segundo o manual deve funcionar entre 60 e 80 graus. Era a junta mesmo. Não sei se ouve reaperto periódico ou não por parte do proprietário anterior.
 Neste trampo contamos com duas valiosas ajudas. O Baleia, nosso vizinho de Marina. Ele teve um motor destes por muito tempo e sabia como fazer isso. A outra foi de um mecânico de Paraty. Além de me emprestar um torquímetro, veio até o barco para ver o estado do motor e nos orientar melhor nos procedimentos de troca da junta e do uso da ferramenta. 


Tem de estar tudo bem limpo. Sem resíduos da junta velha, óleo ou marcas no cabeçote.
Outra santa ajuda vem da internet. Sabendo procurar sempre encontramos informações úteis para ajudar em quase tudo que vc precisamos. 


A cabeça dos cilindros e as válvulas até que estão em bom estado. Afinal já rodou bastante este motorzinho.


A junta no lugar. Este era um trampo que eu estava querendo fazer já a algum tempo. Eu tinha a bordo váris jogos de junta deste motor; Tanto que este que coloquei era original da Yanmar. Ela tem uma moldura (vermelha) de um material diferente em todas as boras e recortes. Isso serve para aumentar a capacidade de vedação. Coisa que não tinha na antiga. Detalhe, quando tiramos a junta, realmente reparamos que não estava em bom estado e nem era de boa qualidade.


Antes de colocar o cabeçote no lugar, é necessário soltar as válvulas. Como a junta é nova, ela acaba eliminando o espaço da regulagem anterior.


Taí o famoso torquímetro. Eu não aluguei em Sanpa pois tava crente que tinha pra alugar em Paraty. Uma chave destas custa uma grana e não valia a pena eu comprar só pra este serviço. Como ninguém alugava, me indicaram a oficina da rua lateral do Multi Market. Eu estava disposto a alugar, mas ele emprestou. Ainda tem gente que confia.


Pra colocar cada cilindro no seu ponto morto, onde as válvulas de admissão e escape estarão fechadas, temos de alinhar a marcação da polia com o ponteiro preso ao motor. Isso não é muito fácil, pois o motor é pesado pra girar com a mão. Geralmente aquela forcinha a mais pra ajustar era suficiente pra passar a marca. Ai tinha de dar a volta toda no motor! Saco.


Pra regular as válvulas é só soltar a porca e virar a fenda no comando de válvulas. A 4 mãos é mais fácil, pois qualquer movimento na porca enquanto você aperta a fenda... Pronto. foi de mais ou foi de menos.


E pra fechar o motorzão e só colocar a tampa do comando de válvulas e pronto. É recomendável que toda vez que vc desmonta duas partes que são unidas com uma junta, esta seja  trocada.


Pra limpar o trocador de calor foi na raça. Não conheciamos esta parte. Mas nada muito misterioso. Ajuda muito tirar bastante fotos e ir observando a posição das coisas.


Para limpar as colmeias, que estavam com seus orifícios bastante reduzidos devido ao acumulo de sal, o Baleia encontrou num canto da Marina um ferro de construção um pouco mais fino que os orifícios e "voilá"! Limpo como novo.


Mas não foi só na mecânica que mexemos. Trocamos a chave do banco de baterias, colocamos uma chave geral para o guincho e trocamos o carregador de baterias.


Colocamos também um equipamento eletrônico (que não lembro agora o nome técnico. Ele não deixa misturar as cargas das baterias de Serviço e do Motor, pelo alternador, e ainda prioriza inicialmente o carregamento da bateria do motor.




Depois de arrumar e luxar o convés, era a hora de ajoelhar no milho e pintar o convés, cockpit e verniz das portas.

Tai o Refrega Renovado. Ufa! 



















As portas já estão envernizadas, mas no momento não tem foto pra provar. Vou ter de contar com a credibilidade ! 





Ficou bom né ?!

Abraço a todos.




quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Modelo, Peso, Medida e Comprimento - Uma razão adequada.

Tá vendo a corrente na foto? Sua medida é 11mm. Na ponta está a âncora do tipo CQR (arado) de 20kg. Para a atual região que navegamos, é um exagero, mesmo para o Refrega que pesa 7,5 toneladas. Este conjunto foi bem necessária quando o construtor do Refrega deu a volta ao Mundo. Cada metro da corrente pesa mais que 2 kg. Estão a venda no Brechô do Pedro, tem interesse?
O Brechó fica na Av. Roberto Silveira nº 275 - Vila Colonial - Paraty - RJ. Logo na entrada da cidade. Telefones (24) 3371-6575 e (24) 9253-9952 E-mail: garimponautico@hotmail.com e o site tá AQUI.
Graças ao nosso bolso,trocamos todo o sistema por um guincho Quick de 800w com 50 metros de corrente de 8mm. Mantivemos a mesma âncora, pois gosto deste modelo e acredito que seu peso seja adequado ao tamanho e peso do Refrega.
da WEB
Isso pra me livrar de um problema que me assombou nas férias de Janeiro/11. Esse guincho que veio no Refrega era antigo e manual da marca SEATIGER - SL 555. Claro que estava funcionando quando compramos o barco, mas começou a dar problemas e justamente próximo das férias ele parou de vez. Como as ancoragens em Paraty não costumam ser superiores a 4 ou 5 metros, puxar 15 metros na mão era muito cansativo, mas eu fazia isso uma ou duas vezes em cada final de semana. O peso da âncora e da corrente estavam dimensionados para ancoragens mais radicais e profundas. Para nossa região nem precisava me preocupar em jogar mais que 3 vezes a profundidade.
Nas férias, passei a jogar e recolher todo dia umas duas vezes. E o pior, as ancoragens na região de Angra e Ilha Grande não são inferiores a 8 ou 10 metros. Já viu né, puxar os 35 a 40 metros desta corrente pelo menos uma vez por dia me levou a exaustão no final das férias! Fora uma lesão na musculatura lombar. 
Ainda bem que eu tenho bons braços, e tava motivado pelas primeira experiência de passar tantos dias a bordo, por isso que as férias não acabaram antes!!! Nas férias de Julho/11 deu pra sentir o quanto um guincho elétrico faz diferença.

Bons Ventos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Consequências do pinga.

No final, protegido e branquinho
Uma vez trocada a Gaxeta pelo Selo Mecânico, o fluxo de água pra dentro do casco do Refrega diminuiu. Digo diminuiu pois ainda temos uma pequena fonte de água doce proveniente da chuva, que insiste em penetrar por algumas das 14 vigias. 
Todos sabem que o lubrificante das gaxetas (cordões de vedação) é mesmo a própria água a ser vedada. No caso do eixo do barco, a água que pinga para o lado de dentro é salgada. Nem preciso dizer o quanto isso fazia mal no caso do nosso barquinho que é de aço que, sem uma proteção adequada, tem uma certa incompatibilidade com água salgada, principalmente.

Como, via de regra, o lado de dentro do barco é sempre mais seco que o de fora, optamos por fazer os reparos com produtos mais do dia a dia, diferentemente dos que utilizamos na reforma do fundo e costado. 

Após lixarmos e removermos toda a ferrugem solta, aplicamos duas demãos do P.C.F. Este produto funciona como uma conversor de ferrugem num composto endurecido. A reação com a ferrugem transforma o marrom, característico da ferrugem, em uma camada escura que pode receber tinta diretamente sem precisar de fundo.  O fabricante diz que não precisa lixar pra chegar na chapa limpa, basta remover as partes de ferrugem e tintas soltas. Preferimos utilizar uma boa lixa e escovas próprias para a furadeira que dá uma boa removida na ferrugem. O medo era lixar muito e furar o casco!!!! .... brincadeirinha.
A tinta escolhida também não é marítima. Encontramos a HAMMERITE, uma tinta acrílica da Coral que diz ser anti-ferrugem. Como a Coral está relacionada com a AKZO, e a AKZO está relacionada com as tintas INTERNATIONAL .... pronto ... é marítima! Acreditamos que estamos falando de um produto de qualidade que valia a pena utilizar. Inclusive, o fabricante disse que pode ser pintado também diretamente sobre a ferrugem (limpa).



Pra falar a verdade, estamos pensando em pintar todo o convés com essa tinta.